quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

EM LÁ SALETTE HÁ UMA VOLTA ÀS ORIGENS DA IGREJA


Quando Nossa Senhora apareceu em La Salette, ocorreu um fato que tem muito significado. 
Ela começa a falar às crianças em francês, mas depois percebe que as crianças não estavam entendendo e se coloca a falar no dialeto local.
Nossa Senhora não sabia que eles estavam entendendo? Sim, é lógico que Ela sabia disso, mas com isso Ela estava dando uma catequese à Igreja.
E que catequese era essa? Estava dizendo que na Igreja a Missa e as orações deveriam de ser feitas no vernáculo, ou seja, na língua local, para que o povo pudesse entender. 
São Paulo Apóstolo já falava nisso, que na Igreja "não se deveria falar em línguas estranhas", mas na língua local para que todos pudessem entender. 
Também os Apóstolos nos primeiros tempos se vestiam igual aos leigos, depois apareceu a batina, que no começo era também a veste comum dos Padres e dos leigos. 
"Todos eram um", não havia distinção. Mas com o passar do tempo as culturas mudaram e a batina se afastou de suas origens e virou uma tradição disciplinar na Igreja. 
Em La Salette, Nossa Senhora com sua catequese, mostra que a Igreja deverá voltar às origens. Mais ou menos uns 114 anos antes, Ela já abençoava o Concílio Vaticano II, que iria introduzir o vernáculo na Liturgia para que o povo pudesse entender e participar da Missa, a mais elevada forma de oração, o que significa que é melhor rezar a Missa que rezar o terço na Missa. Terço se reza fora da Missa. São Pio X dizia que devemos rezar a Missa. 
Mas o Latim não foi totalmente excluído, apenas deu espaço ao vernáculo. Também depois do Vaticano II os Padres tiraram a batina e passaram a se vestir como os fiéis. Eles disseram que era para se aproximar do povo, ou "sentir o cheiro das ovelhas", como gosta de dizer o Papa Francisco. 
O abandonar a batina tem o seu lado negativo, mas aqui quero falar só do seu lado positivo.
A parte positiva é que ninguém mais poderá dizer: "Há, não vou rezar porque isso é coisa de Padre ou Freira!" Sem essa distinção todos vão rezar, por exemplo.
Mas o mais importante é que a prática da Misericórdia nunca mais poderá ser considerada coisa só de santos, e muito menos só dos Católicos, mas de todos as pessoas de qualquer credo ou religião. 
Em La Salette Nossa Senhora mostra um novo humanismo cristão e retorna ao início: "Vede como se amam!"
Mostra a Humanidade de Jesus e da Igreja. Com o seu Segredo Ela mostra a humanidade da Igreja: é Divina, mas também humana. Perfeita na sua Divindade, mas pecadora e cheia de defeitos e imperfeições na sua humanidade. Temos que assumir a nossa humanidade. Somos cristãos mas temos em comum com todos a humanidade. 
Jesus foi plenamente Divino, mas também plenamente humano, exceto no pecado. E Jesus assumiu a nossa humanidade. Por isso La Salette ensina que devemos melhorar e assumir a humanidade. 
Em La Salette Nossa Senhora mostra que a Igreja não é uma fábrica de cristãos. Que adianta sair pelo mundo inteiro dizendo "convertam-se" se nossa casa tá uma bagunça, como Ela mostra em seu Segredo! 
Seu famoso Segredo revela a Misericórdia. Mas muitas pessoas, ao lerem o Segredo, concebem ódio, ao invés de conceber Amor.
Há um princípio de Filosofia que diz que "todo efeito é proporcional à sua causa." Ora, se a causa destas palavras é do céu, o efeito tem que ser do céu também.
Se Deus é Amor, Perdão, Misericórdia, e se Nossa Senhora está gloriosa no céu em uma união perfeitíssima com Deus, como é que suas palavras produzirão efeitos diferentes do que Ela é? Suas lágrimas em La Salette demonstram sentimentos bem diferentes do que muitos imaginam. 
Então se as palavras d'Ela são do céu, tem que produzir Amor, Perdão, Misericórdia. Tem que produzir esses efeitos porque senão as palavras não seriam do céu. O efeito não seria igual á sua causa. 
Mais à frente falaremos dos dois sentidos da leitura de La Salette: um feito na carne e outro feito no Espírito. 
Em La Salette Ela chora como São Paísio.

O ANTICRISTO DE LA SALETTE

No famoso Segredo de Nossa Senhora de La Salette há uma mensagem que, se não forem feitas as devidas ressalvas ou discernimentos, está causando grande confusão nas pessoas que tiram conclusões equivocadas da leitura desta mensagem.
Em La Salette, Nossa Senhora, entre outras coisas, disse que "ROMA PERDERÁ A FÉ E SE TORNARÁ A SEDE DO ANTICRISTO!"
Ora, essa mensagem deve ser lida e interpretada em conformidade com os Dogmas de Fé da Santa Igreja Católica. Se houver qualquer contradição com a Fé Católica, é porque ou é falsa a Aparição ou é falsa a conclusão que se tira dela. Lendo essa Mensagem e comparando-a com os Dogmas de Fé, nota-se que à primeira vista ela vai contra os Dogmas de Fé na Indefectibilidade e Infalibilidade da Igreja de Roma e do Romano Pontífice, isto é, o Papa. São dois Dogmas que essa mensagem contradiz além de contrariar o Nono Artigo do Credo. Mas só que tem uma grande dificuldade, essa mensagem foi aprovada pela Igreja, que fazer, então? Nesse caso, como La Salette tem as aprovações da Igreja, não podemos rejeitá-la como falsa, mas temos a obrigação de interpretá-la de acordo com os Dogmas Apostólicos. Assim sendo, nesse caso, não é a mensagem que é falsa, mas as conclusões que tiram dela é que podem ser falsas ou equivocadas. Como, então, interpretar essa mensagem de acordo com a Fé Católica? Nesse caso, temos que examinar que a leitura literal dessa passagem conduz à uma contradição dos dogmas. Mas como, por ser aprovada pela Igreja, há de se supor que não haja nenhum erro nesta mensagem, somos obrigados a descartar a interpretação literal, que conduz à um erro material, e passar á uma interpretação espiritual dessa mensagem, conforme os conselhos de São João da Cruz na sua Subida do Monte Carmelo.
Assim sendo devemos buscar o sentido que Nossa Senhora quis dar à essa mensagem destinada ao futuro da Igreja, mas um sentido que não vá contra os dogmas da Igreja.
Ora, um dos sentidos para "Roma perderá a fé" é o de não ser mais acreditada. De fato, e contra fato não há argumentos, ao redor do mundo há uma grande quantidade de católicos que já não acreditam mais em Roma, como por exemplo os tradicionalistas, alguns conservadores, sedevacantistas e também seguidores de algumas "revelações" particulares ainda não aprovadas pela Igreja. A desconfiança deles é tal em relação à Roma que chegam até a negar a Legitimidade do Romano Pontífice, o Papa Francisco, atualmente. Levados por um espírito de suspeita e confusão, rejeitam o Papa porque julgam que ele, por causa de seu Magistério e Pastoral da Misericórdia, seja um impostor, herege, falso profeta e até mesmo o Anticristo. Então, para não incorrermos em erro e para não cairmos na contradição dos Dogmas de indefectibilidade e infalibilidade da Igreja de Roma e do Romano Pontífice, somos obrigados a admitir que Roma perdeu a fé não em Deus e nas verdades da fé, mas perdeu a credibilidade de muitos de seus fiéis, e converteu-se na Sede do Anticristo não porque o seja de fato, mas porque foi mal julgada por muitos de seus acusadores. Por um julgamento de todo equivocado Roma foi transformada não na Sede de Cristo, mas na do Anticristo. É o julgamento de todo equivocado de que o Papa é o Anticristo que transforma Roma na Sede do Anticristo, assim como um falso julgamento seguido de uma grave calúnia pode transformar uma pessoa de toda inocente numa pessoa má e perversa. Nesse caso não é a pessoa que é má e perversa, mas o juízo que fazem dela. Da mesma forma não é Roma que é a Sede do Anticristo, mas o equivocado juízo que fizeram dela. Santa Hildegarda de Bingen, ao comentar aquela passagem em que São Paulo diz que o homem do pecado se sentará no templo de Deus, para se fazer igual a Deus, explica que essa passagem se cumpre nas pessoas inferioras que se rebelam contra seus superiores, usurpando deles as funções que só a eles compete, sentando-se na Cátedra de São Pedro e na Cátedra dos Bispos por meio de sua soberba e inveja. Então todos nós já usurpamos com nossa soberba a Cátedra do Papa, e lá já nos sentamos com nossos juízos equivocados, julgando aquilo que não está em nosso poder, mas que só pode ser feito pelo Papa e por mais ninguém. E talvez muitas vezes até mesmo o lugar de Deus já foi roubado por meio de nossa soberba e orgulho. Todas as mensagens e profecias devem ser interpretadas de acordo com a fé católica, do contrário ou são falsas as revelações e profecias ou são falsas as conclusões que delas são tiradas. Nossa Senhora de La Salette, rogai por nós.

sábado, 4 de junho de 2016

O PECADO DE FALAR MAL DOS SACERDOTES: DE JESUS À SANTA CATARINA DE SENA


No Rito da Sagração de um Bispo, segundo a Forma Extraordinária, há uma imprecação contra todo(s) aquele(s) que falar(em) mal de um Bispo:
"Quem falar mal dele seja amaldiçoado; quem dele disser bem seja cumulado de bênçãos!" (Da cerimônia da Sagração Episcopal, em uso no Rito Tridentino). 
Se falar mal de um Bispo incorre-se nessa censura, que dizer então dos que falam mal dos Papas?
Alguns podem dizer que há Bispos maçons e comunistas infiltrados na Igreja, e que isto daria o direito de julgá-los e combatê-los. Ora, até agora não há nenhuma prova de que isso seja verdade. Esses boatos nada mais podem ser que ficção ou teorias da conspiração. Se não me engano essas acusações de que no Vaticano há agentes maçônicos, comunistas e iluminatis infiltrados com o fim de destruir a Igreja, surgiram e foram espalhadas a partir das falsas aparições de Nossa Senhora a Clemente Domingues, fundador da Igreja Palmariana, bem como das pseudo-visões de Verônica Luken, nos USA, e de algum outro visionário ou visionária qualquer. Aqui no Brasil também temos pseudo-visionários: o Bento da Conceição, em Camboriú - SC, e Cláudio Heckert, de Porto Belo-SC. 
Quanto a isso, vejamos o que diz uma Revelação Particular aprovada pela Igreja sobre o não julgar nem falar mal dos Sacerdotes, citado por um Padre ao fazer um comentário num site que fala mal do Papa, dos Bispos e dos Padres.
"NÃO PERSEGUIR OS SACERDOTES
“Não toqueis nos meus cristos” (Salmo CV, 15).
No tocante a este assunto seríssimo por se tratar de uma advertência do próprio Divino Espírito Santo, decidi não empregar uma só palavra minha. Lembrei-me do “DIÁLOGO” do próprio Deus com Santa Catarina de Sena. Eis o que Deus lhe disse atinente ao título do artigo em apreço:
“Os ministros são ungidos meus. A respeito deles diz a Escritura: “Não toqueis nos meus cristos” (Sl 105, 15). Quem os punir cairá na maior infelicidade. Se me perguntares por que a culpa dos perseguidores da santa Igreja é a maior de todas e, ainda, por que não se deve ter menor respeito pelos meus ministros por causa de seus defeitos, respondo-te: porque, em virtude do sangue por eles ministrado, toda reverência feita a eles, na realidade não atinge a eles, mas a mim. Não fosse assim, poderíeis ter para com eles o mesmo comportamento de praxe para com os demais homens. Quem vos obriga a respeitá-lo é o ministério do sangue. Quando desejais receber os sacramentos, procurais meus ministros; não por eles mesmos, mas pelo poder que lhes dei. Se recusais fazê-lo, em caso de possibilidade, estais em perigo de condenação. A reverência é dada a mim e a meu Filho encarnado, que somos uma só coisa pela união da natureza divina com a humana. Mas também o desrespeito. Afirmo-te que devem ser respeitados pela autoridade que lhes dei, e por isso mesmo não podem ser ofendidos. Quem os ofende, a mim ofende. Disto a proibição: “Não quero que mãos humanas toquem nos meus cristos”!
Nem poderá alguém escusar-se, dizendo: “Eu não ofendo a santa Igreja, nem me revolto contra ela; apenas sou contra os defeitos dos maus pastores”! Tal pessoa mente sobre a própria cabeça. O egoísmo a cegou e não vê. Aliás, vê; mas finge não enxergar, para abafar a voz da consciência. Ela compreende muito bem que está perseguindo o sangue do meu Filho e não os pastores. Nestas coisas, injúria ou ato de reverência dirigem-se a mim. Qualquer injúria: caçoadas, traições, afrontas. Já disse e repito: não quero que meus cristos sejam ofendidos. Somente eu devo puni-los, não outros. No entanto, homens ímpios continuam a revelar a irreverência que têm pelo sangue de Cristo, o pouco apreço que possuem pelo amado tesouro que deixei para a vida e santificação de suas almas. Não poderíeis ter recebido maior presente que o todo-Deus e todo-Homem como alimento. Cada vez que o conceito relativo aos meus ministros não coloca em mim sua principal justificativa, torna-se inconsistente e a pessoa neles vê somente muitos defeitos e pecados. De tais defeitos falarei em outro lugar. Mas quando o respeito se fundamenta em mim, jamais desaparece, mesmo diante de defeitos nos ministros; a grandeza da Eucaristia não é diminuída por causa dos pecados. A veneração pelos sacerdotes não pode cessar; se tal coisa acontecer, sinto-me ofendido.
São muitas as razões que fazem desta ofensa a mais grave. Vou lembrar apenas três. A primeira, é porque os perseguidores agem contra mim em tudo o que fazem em oposição aos meus ministros. A segunda, é porque desobedecem àquela ordem pela qual proibi que meus sacerdotes fossem tocados. Ao persegui-los, os homens desprezam a riqueza do sangue de Cristo recebida no batismo. Desrespeitando o sangue de Jesus e perseguindo os ministros, rebelam-se e tornam-se membros apodrecidos, separados da jerarquia eclesiástica. Caso venham a morrer obstinados em tal revolta e desrespeito, irão para a condenação eterna. Se reconhecerem a própria culpa na última hora, humilhando-se e desejando a reconciliação, mesmo que não o consigam fazer exteriormente, serão perdoados. Mas não devem esperar pelo momento da morte, pois será incerto o próprio arrependimento. A terceira razão, pela qual este pecado é o mais grave, está no seguinte: é uma falta maldosa e deliberada. Os perseguidores têm consciência de que o não devem cometer, sabem que vão pecar; cometem um ato de orgulho, em que não entram atrações sensíveis, muito pelo contrário. Tais pecadores arriscam a alma e o corpo: a alma, privando-se da graça, muitas vezes em meio a remorsos da consciência; o corpo, gastando seus bens a serviço do diabo e indo morrer como animais. Não, este pecado cometido contra mim não possui características de satisfação ou prazer pessoais; acompanham-no apenas os desvarios e a maldade do orgulho! Um orgulho que nasce do egoísmo e daquele medo próprio de Pilatos, quando matou meu Filho por temor de perder o cargo. É o que sempre fizeram e fazem os perseguidores. Os demais pecados procedem de uma certa simploriedade, de ignorância ou satisfação pessoal desordenada, de certo prazer ou utilidade presentes no ato mau. Naqueles pecados, o homem prejudica a si mesmo, ofende a mim e ao próximo. Ofende-me por não me glorificar; ao próximo, por não o amar. Na realidade, não se ergue frontalmente contra mim; ergue-se contra si mesmo, e isso me desagrada. Já no pecado de perseguição contra a santa Igreja, sou ofendido diretamente. Os outros vícios possuem uma justificativa, uma razão intermediária. Já afirmei que todo pecado e virtude são feitos no próximo. O pecado é ausência de amor por mim e pelos homens; a virtude é amor caritativo. Neste pecado, os maus perseguem o próprio sangue de Cristo ao se investirem contra meus ministros, e privam-se de sua riqueza espiritual. Entre todos os homens, os distribuidores do sangue do meu Filho, em quem vossa natureza está unida à minha. Quando consagram a Eucaristia, os ministros, o fazem na pessoa de Jesus. Como vês, realmente este pecado é dirigido contra meu Filho; por conseguinte, contra mim, pois somos um. É uma falta gravíssima. Não se dirige aos ministros, dirige-se a mim. Também o respeito demonstrado para com eles, considero-os como se fossem para mim e meu Filho. Por tal motivo te dizia que, se colocasses de um lado todos os demais pecados e este, sozinho, do outro, o último ser-me-ia mais ofensivo. (…) Em suma, ninguém deveria perseguir meus sacerdotes por causa de defeitos seus!”
In Iesu.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

O VATICANO II E O PAPA NO SONHO DE SÃO JOÃO BOSCO


O famoso sonho de São João Bosco anunciou com extraordinária precisão os dois grandes Concílios da Igreja: o Concílio Vaticano I, convocado por Pio IX, e o Concílio Vaticano II, convocado por São João XXIII e terminado pelo Papa Paulo VI. O Vaticano I foi anunciado nessas palavras: " O Pontífice Romano, comandante supremo da grande nau, vendo o furor dos inimigos e a má situação em que se achavam as suas fiéis navezinha, decide reunir junto de si os pilotos dos navios auxiliares, para acordarem sobre o que se deveria fazer. Todos os pilotos sobem e se reúnem em torno do Papa. Mantêm uma reunião, mas, enfurecendo-se cada vez mais o vento e a tempestade, eles são mandados de volta para dirigir seus próprios navios." A Guerra Franco-Prussiana obrigou que fosse interrompido o Concílio Vaticano I, no qual foi definido o Dogma de Fé na Infalibilidade Pontifícia. O Concílio Vaticano II foi anunciado nas seguintes palavras: "Ocorrendo um pouco de calmaria, o Papa reúne pela segunda vez em torno de si todos os pilotos, enquanto a nau capitania segue o seu curso. Mas a borrasca volta espantosa. O Papa permanece no timão, e todos os seus esforços são dirigidos a levar a nau para o meio daquelas duas colunas, de cujo cimo pendem, em toda a volta delas, muitas âncoras e grossos ganchos presos a correntes." A nobilíssima e gloriosa intenção desses Papas é revelada neste sonho: todos os esforços dos Papas que seguem ao IIº Concílio do Vaticano são para radicalizar os fiéis na vida Eucarística e Mariana. Esses Papas foram e são: São João XXIII, o Beato Paulo VI, São João Paulo II, Bento XVI e atualmente o Papa Francisco. O Papa permanece no timão da grande nau, ou seja, no governo da Igreja. O sonho afirma que a Igreja continua, e que o Papa continua. Afirma, portanto, o que Bento XVI ensinou: a hermenêutica da reforma na continuidade contra a hermenêutica da ruptura. Portanto, não há uma nova Igreja que surge do Vaticano II, mas a mesma Igreja que segue renovada. Não temos uma Sé vacante como afirmam alguns, mas um Papa que continua no timão, guindo a Igreja. Não temos um Papa dúbio ou herético, como afirmam outros, mas um Papa amado por uns e combatido por outros. O Papa é ferido de morte pelos que proclamam Vacante a Sé Apostólica e pelos que o acusam de querer mudar a doutrina, de mudar a doutrina. É morto o Papa que não terá vida no coração de muitos fiéis que o rejeitarão e o rejeitam como a um heterodoxo. o sonho afirma, portanto, alto e bem claro: Habemus Papam.
O sonho pode ser conferido aqui:

http://www.mariamaedaigreja.net/2pilares.html

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

MISSA TRIDENTINA NA IGREJA DA ORDEM - CURITIBA - PR



DIA 20/09/15, AS 10,00 HORAS DA MANHÃ, NA IGREJA DA ORDEM, EM CURITIBA - PR - BRASIL, HAVERÁ MISSA NA FORMA EXTRAORDINÁRIA DO RITO ROMANO, TAMBÉM CONHECIDA COMO MISSA TRIDENTINA, A SER CANTADA PELO REVERENDÍSSIMO PADRE JONAS DOS SANTOS LISBOA, DA ADMINISTRAÇÃO APOSTÓLICA SÃO JOÃO MARIA VIANEY.
RUA MATEUS LEME, 01
SÃO FRANCISCO
FONE 41  32237545
FAVOR DIVULGAR ENTRE SEUS CONTATOS.


IN IESU.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

PUREZA: CASTIDADE OU CARIDADE?



No Sermão da Montanha Jesus ensinou: "Bem - aventurados os puros de coração, porque verão a Deus!"(Mt. 5,8).
Mas o que é a pureza?
Na Igreja Latina a pureza está muito relacionada com a virtude da castidade, mas na Igreja Oriental está muito mais relacionada com a virtude da Caridade.
No Livro "A Deificação" e num outro "Deus é Amor", escrito por um "Monge Contemplativo", a Caridade é apresentada como a virtude essencial do Evangelho, e o Monge percorre desde as origens até a atualidade a história da Caridade em todos os Padres e Santos da Igreja. 
Bento XVI, em seu glorioso Pontificado dedicou várias Catequeses sobre os Santos, conotando de forma específica a virtude da Caridade em todos eles, ou seja, apresentou de forma extraordinária como todos os Santos depositavam uma fé incondicional no infinito Amor de Deus pela humanidade.
Bento XVI escreveu "Deus Caritas est" , "Caritas in veritate", onde apresenta a mensagem cristã por uma outra ótica, que é a ótica do Evangelho, a visão de Jesus Cristo sobre a humanidade e o universo: sobre a ótica do Amor de Deus, partindo da própria essência de Deus.
Depois o Papa Francisco inaugura seu Pontificado com uma nova Encíclica sobre o Amor de Deus: "Lumen Fidei", onde se propõe o Amor de Deus como alvo da fé de todos os cristãos.
Bento XVI anunciou ao mundo envelhecido no pecado que Deus é Amor, se esforçou para levar a todos e a cada um em particular a acreditar que são amados por Deus, que Deus ama a todos e a cada um sem limites.
O Papa Francisco, movido pelo mesmo Espírito que assiste aos Papas, continua com a mesma mensagem de Bento XVI, acrescentando a conclusão óbvia: se somos amados por Deus, se Deus ama a todos, eu devo amar também.
Francisco inaugura um Pontificado sem precedentes na História da Igreja: o Pontificado do Amor cristão, do "Amai-vos uns aos outros, como Deus nos tem amado."(cf. Ev.).
Inaugura a radicalidade da Caridade, a radicalidade da Misericórdia. 
Com uma ousadia e confiança inaudita disse bem alto para o mundo mergulhado no mal e no pecado que "Deus perdoa sempre!" que "Deus não se cansa de perdoar!"
As conclusões lógicas e teológicas dessas afirmações são evidentes: se Deus me perdoa sempre, se não se cansa de me perdoar: devo perdoar também.
Proclamou o Ano Santo da Misericórdia, onde os cristãos que querem agradar a Deus são convidados a oferecer-Lhe o sacrifício do perdão e da misericórdia.
Jesus Cristo disse claramente: "Bem - aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia."(Mt. 5,7).
Fica claro que a necessidade de ser misericordioso para alcançar a misericórdia para os pecadores: a conversão do mundo, dos pecadores, está condicionada à misericórdia dos cristãos.
Só a misericórdia salva e converte. Portanto, quem deseja a conversão do mundo, tem que ser misericordioso, praticar a misericórdia, porque só os misericordiosos alcançarão misericórdia, ou seja, a graça da conversão e da salvação para os pecadores, para os pagãos, etc.
Na Igreja Latina a pureza tomou a conotação de castidade, ao passo que na Igreja Oriental identifica-se muito mais com a Caridade e Misericórdia.
Mas num mundo em que a castidade é rejeitada como levar todos à pureza de coração do Evangelho?
Percebe-se que na Igreja Oriental a virtude da castidade é fruto da Caridade. É o que aparece numa das cartas paulinas, um dos doze frutos do Espírito Santo.
Ora, no Oriente a Caridade é a marca do Espírito Santo. Portanto, falar em frutos do Espírito Santo é o mesmo que falar dos frutos da Caridade.
Por isso entre os Orientais a Caridade é mais importante que a castidade. Há uma hierarquia nas verdades de fé e de moral, e isso foi ensinado pelo Papa Francisco na Evangelii Gaudium. Por isso não descartamos nenhuma verdade e muito menos nenhuma virtude ao dizer que uma é mais importante que a outra: todas são importantes, mas na ordem estabelecida por Deus.
Também ao citar os Orientais não nos referimos aos cismáticos, mas àquela riqueza espiritual existente muito antes do grande cisma, abordadas de forma especial pelo "Monge Contemplativo" nos Livros que citamos.
Assim a Teologia e a Espiritualidade do Oriente com a do Ocidente são capazes de conciliar dois grandes versículos do Sermão da Montanha, proferidos por Jesus Cristo, e que mudou para sempre o mundo.
Estamos falando de "Bem - aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!"(Mt. 5, 7). E de "Bem - aventurados os puros de coração, porque verão a Deus!"(Mt. 5,8).
Na História da Igreja apareceu um grupo de pessoas, os jansenistas, dos quais foi dito: "São puros como os anjos, mas orgulhosos como os demônios!"
Erraram na ordem hierárquica das verdades e das virtudes cristãs, defendendo ser mais importante o que era menos importante, não que não tivesse importância o que eles defendiam, só que deveria ser defendido no seu devido lugar.
Com eles a Igreja da Caridade passa a ser a Igreja da castidade. Essa conotação da castidade fora de seu lugar e contexto deve ter acontecido por causa da distância entre as duas grandes Tradições cristãs: Oriente e Ocidente. A Igreja respirava com um só pulmão. 
Mas atualmente, no Pontificado do Papa Francisco, a Igreja volta a respirar com os dois pulmões, de forma que a Igreja da castidade volta a ser a Igreja da Caridade. 
Maria Madalena e a Mulher adúltera não eram castas, mas mesmo assim acreditaram em Jesus, viram Deus em Jesus. Nesse sentido a conversão de Maria Madalena e da Mulher adúltera se encaixam mais na tradição oriental que vê a pureza de coração muito mais como amor e resposta ao Amor que castidade. 
As faltas contra a castidade não impediram elas de ver a Deus em Jesus Cristo.
É lógico que a castidade delas mais tarde foi fruto do amor, de sua caridade, da caridade praticada e vivida.
Atualmente há um grupo de pessoas na Igreja, e bastante militantes, que defendem com unhas e dentes a pureza de coração com maior conotação na castidade. Podemos dizer que nessa virtude da castidade eles se distinguem e se destacam, sendo até irrepreensíveis nessa virtude tão cara á Santíssima Virgem Maria.
Podemos dizer que eles são puros como os anjos, mas só que eles não conseguem ver Deus no Papa, rejeitam o Papa Francisco.
Então rezemos para que neste Ano Santo da Misericórdia todos possam ver a Deus, ver Deus no Papa e na Igreja.
Portanto, nesse Ano da Misericórdia não sejamos limitados no perdão e no amor.

 

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

OS LEFEVRISTAS ACUSAM A IGREJA DE HERESIA, MAS NA VERDADE QUEM SÃO OS HEREGES?


Católico vem do grego e quer dizer: conforme ao todo, ou conforme o todo.  
Na segunda aula de Introdução ao Método Teológico o Padre Paulo Ricardo ensina qual deve ser a atitude de um católico perante duas verdades aparentemente contraditórias.
Essa aula pode ser conferida aqui, principalmente a partir dos 11 minutos: https://padrepauloricardo.org/aulas/o-gnosticismo-e-o-arianismo
Jesus Cristo é a pedra de tropeço e de contradição, segundo as palavras de Simeão:"Eis que este menino está destinado a ser causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições."(Lc. 2,34).
Aplicando os conceitos de católico, ensinados pelo Padre Paulo Ricardo, sobre a palavra "contradições", deste versículo, podemos identificar a catolicidade primeiramente em Jesus.
Em Jesus Cristo, portanto, o termo Católico aplica-se adequadamente.
A Igreja vive hoje uma grande crise de fé que é causa de grandes contradições no seu interior; temos os movimentos tradicionalista, modernista e o conciliador.
Podemos dividir em rigoristas, laxistas e no centro os mitigados ou conciliadores.
Entre rigoristas e mitigados vemos grandes tensões perante as grandes questões "contraditórias" sobre a fé e a moral que surgiram e vão surgindo no decorrer do nosso tempo.
De modo específico os tradicionalistas se escandalizam com as grandes questões de nosso tempo, e acusam a Igreja de ter errado, porque para eles houve uma ruptura com o passado, com a tradição multissecular da Igreja.
Para eles o Concílio Vaticano II fundou uma nova Igreja, o que é impossível para outros, que asseguram a continuidade ininterrupta da Igreja.
Os lefevristas afirmam que a Liberdade Religiosa e o Ecumenismo do Concilio Vaticano II contradizem as condenações e a Tradição da Igreja.
Eles acusam de heréticos todos aqueles que não concordam com suas proposições.
Para eles Roma perdeu a fé e tornou-se a sede do anticristo.
Ora, essa afirmação sim é herética e contra as verdades de fé católica, pois é de fé que a Igreja de Roma é infalível e indefectível. 
Na sua segunda aula de Introdução ao Método Teológico o Padre Paulo Ricardo traz uma solução que se aplicarmos resolve perfeitamente essas controvérsias.
Quando ele explica que os arianos foram os primeiros hereges, expõe de maneira simples e esquemática o processo que leva uma pessoa a cair na heresia.
Portanto, pedimos assistir a aula com muita atenção e procurar assimilar os ensinamentos do Padre Paulo Ricardo, a fim de se firmar cada vez mais na catolicidade, sem abandonar a tradição, senão os erros tradicionalistas.
São Pio X condenou os erros dos modernistas, Bento XVI corrigiu os erros dos tradicionalistas.
Assim sendo rezemos para que todos eles sejam "misericordiosos, assim como o Pai é misericordioso."(cf.Ev.).

Esquema Pe. Paulo Ricardo:


                                    PAI = DEUS
DEUS (UNO)               FILHO= DEUS
                                    ESPÍRITO SANTO = DEUS

VERDADE                  VERDADE

DUAS VERDADES CONTRADITÓRIAS:

DEUS É UM, MAS EM TRÊS PESSOAS

O HEREGE ESCOLHE UMA DAS VERDADES

O CATÓLICO FICA COM AS DUAS

CATÓLICO = CONFORME AO TODO

É necessário assistir ao vídeo para entender.

https://padrepauloricardo.org/aulas/o-gnosticismo-e-o-arianismo