
A Forma
Extraordinária do Rito Romano da Missa é plena de reverências, que ora
são dirigidas à Deus, ora ao Sacerdote e à Assembléia. Na foto Dom
Athanasius Schneider, Bispo Auxiliar de Karaganda, no Kazaquistão,
depois de ter oferecido incenso à Deus e ás coisas
santas, de mãos postas é incensado pelo Subdiácono, que
depois irá incensar também a Assembléia.
Gestos tão santos como estes possuem uma finalidade, que é a prática
litúrgica do Mandamento de Jesus: "Dou-vos um Novo Mandamento, que vos ameis uns aos
outros como Eu vos tenho amado!"
A Sagrada Liturgia da Igreja enaltece o Amor Fraterno, a Caridade
Cristã, com gestos tão santos como este, plenos da Caridade, do Amor
Fraterno. De fato, quem diz que ama a Deus, como escreve São João, o
Apóstolo do Amor, deve amar também a seu irmão; pois quem diz amar a
Deus que não vê, mas odiar ao irmão que vê, é um mentiroso, conforme
escreve o mesmo Apóstolo.
Quando o Sacerdote oferece incenso à Deus outra intenção não deve
acompanhá-lo senão o Amor por Deus, e é com a mesma intenção que incensa
também as coisas santas. Como todos devem estar, na liturgia da Missa,
unidos às intenções do Sacerdote, todos oferecem incenso à Deus quando o
Sacerdote está incensando Deus. Mas porque o Amor não deve ser apenas
vertical, ou seja, teocêntrico, devendo ser também horizontal, ou seja,
antropocêntrico, a Igreja instituiu nas liturgias gestos e cerimônias
que devem significar o Amor Fraterno. Na foto vemos que a mesma
reverência oferecida a Deus deve ser também oferecida ào homem, ou seja,
com o mesmo Amor que amamos a Deus, também devemos nos amar uns aos
outros, como Jesus nos ensinou, e esse é o fim último da Missa.
Assim como o coração do sacerdote, ao incensar a Deus e as coisas
santas, não deve estar dividido, mas deve ter um coração totalmente
voltado para Deus, também o nosso coração não deve estar dividido pela
discórdia e pela inimizade quando em união com o Acólito ou com o
Subdiácono insensamos o Sacerdote e a Assembléia, mas devemos ter um
coração totalmente voltado e devotado à Caridade.
Monsenhor Luiz de Gonzaga, numa de suas homilias, disse não compreender
um cristão que tenha inimizades. As cerimônias da Missa que nos levam à
uma atitude de reverência para com o nosso próximo outra finalidade não
possui a não ser nos consolidar na prática da Caridade.
Pergunto: agradaria a Deus o gesto tão santo que o Subdiácono faz para
seu Sacerdote, se não fosse acompanhado de Caridade?! Poderia Deus receber com agrado a reverência dirigida ao
Sacerdote se o Subdiácono nutrice qualquer inimizade por ele?! Se o
Sacerdote tivesse dado motivos de queixas ao Subdiácono e à Assembléia,
não seria o caso todos perdoarem da mesma forma que Deus perdoa e manda
perdoar?! Como ninguém é santo, ou seja, como todos nós somos indignos e
também pecadores, não estaria a liturgia da Missa, por gestos de
reverência como estes, nos levando ao mútuo perdão fraterno?! Por Amor e com Amor incensamos Deus na Missa; igualmente com Amor e por Amor incensamos os outros na Missa! A Missa nos ensina com gestos tão santos a amar Deus e o próximo.
Portanto, quando estivermos na Missa, participando de ritos tão santos
como este, não percamos a oportunidade de perdoar e de amar com todo o
nosso coração ao nosso próximo.